12.15.2009

Algumas palavras sobre "Raízes"

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A few words about Roots



Sábado estreou "Raízes", o filme que durante tanto tempo teve o nome de "Vida e Morte no Planalto de Castro Laboreiro 7000 a.C..


Foram meses de pré-produção, de investigação, de muitas dúvidas e questões. Fomos aos locais, perguntámos muito, encontrámos algumas respostas, ficámos com muitas perguntas. A Alda passou o cabo dos trabalhos connosco. Mas também se divertiu q.b.


Começámos a procurar caracterizadores, sempre sem poder oferecer o que queriamos mas apenas o possível. O orçamento era muito baixo para o que ambicionávamos fazer. Primeiro tivamos a felicidade de conhecer a Sofia e depois a sorte de encontrar a Aurora com quem marcámos encontro numa mesa do Guarany. Entusiasmou-se muito com o projecto. Nós encantámo-nos com ela.



Fomos para Alcanena à procura de peles para vestir os personagens, indagando quais seriam as cores correctas, quais os animais que ali viviam há 7 mil anos atrás, que tipo de vegetação havia, com que objectos e organismos curtiriam as peles.


Fizemos um casting de actores à procura dos personagens que imaginámos. Conseguirmos quem queriamos era, também, uma questão de sorte. Foram dois dias intensos, com muitas provas, com muita gente talentosa mas não foi muito difícil escolher.



Fizemos depois os ensaios, atribuimos personagens a cada um. Ensaios loucos na Universidade Católica, misturados com testes de caracterização e figurinos. Foi também aí que apareceram a Odília – que me tinha dito de véspera que iria apenas tirar medidas e acabou por ficar dois dias seguidos a trabalhar – e a linda e incansável Olga.



Dias antes das filmagens falámos com o Pedro Caiano e sem a ajuda e o trabalho dele a missão teria sido ainda mais impossível. Pregámos tochas, comprámos panos, pregos, molas, tesouras, agrafadores, tintas, parafina, trouxemos paus de Castro Laboreiro (onde ainda estavam a montar os cenários), e mais coisa e coisas que nem vale a pena estar a enumerar.



Fomos para Castro Laboreiro mais cedo e começámos a filmar. Montámos a sala de produção que trabalharia quase 24 horas por dia, fomos de novo aos locais. Estava tudo pronto. A Alda não dormia. Nós também não.



Chegaram os actores e começámos as filmagens. Houve frio, houve calor, houve risos, divertimento, sofrimento, muito trabalho, pouco sono. Houve. Sobretudo, uma equipa maravilhosa com quem tivémos o previlégio de trabalhar. Marta, Sara, Pedro Lamas, Pedro Caiano, Olga, Sofia, Odília, Jorge, Gustavo, Alexandre, Nuno, Daniel, Duarte: foram e são pessoas maravilhosas com quem contaremos sempre. Em quatro dias de rodagem, quase todos com mais de 20 horas de trabalho diárias, nunca ouvimos uma queixa, um “não”, nunca vimos falta de vontade ou de empenho no trabalho. Vimos sempre muita alegria, muito amor pela arte, muito querer, muitos incentivos, muito trabalho de equipa, muito “querer saber”, muito espírito de entreajuda, mesmo nos momentos mais difíceis.



Os actores são todos excelentes muitíssimo versáteis, trabalhadores e profissionais. E o mesmo dizemos da equipa de caracterização (como trabalharam!), da figurinista e de toda a equipa de voluntários (actores e técnicos), sem a ajuda dos quais tudo teria sido bem mais complicado (ou mesmo impossível) de fazer.



Finalmente estreou o filme e estávamos quase todos lá, com a mesma amizade, com a mesmo alegria. Que bom foi ter-vos lá! Aprendemos muito com todos vocês e queremos, do coração, repetir esta experiência. Vamos fazer por isso, prometemo-vos. Contamos convosco, como podem contar connosco. O nosso muito obrigado a todos!